segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A proibição de comemorar aniversário

“Os vários costumes de celebração de aniversários natalícios das pessoas hoje em dia têm uma longa história. Suas origens acham-se no domínio da mágica e da religião. Os costumes de dar parabéns, dar presentes e de celebração — com o requinte de velas acesas — nos tempos antigos eram para proteger o aniversariante de demônios e garantir segurança no ano vindouro... Até o quarto século, o cristianismo rejeitava a celebração de aniversário natalício como costume pagão.” — Schwäbische Zeitung (suplemento Zeit und Welt), de 3/4 de abril de 1981, p. 4.
“Os gregos criam que cada um tinha um espírito protetor ou gênio inspirador que assistia a seu nascimento e vigiava sobre ele em vida. Este espírito tinha uma relação mística com o deus em cujo aniversário natalício o indivíduo nascia. Os romanos também endossavam esta idéia... Esta noção incorporou-se na crença humana e reflete-se no anjo-da-guarda, na fada e no santo padroeiro. . . . O costume de acender velas nos bolos começou com os gregos. Bolos de mel redondos como a lua e iluminados com velas eram colocados nos altares do templo de [Ártemis]. As velas de aniversário, na crença popular, são dotadas de magia especial para atender pedidos... Velas acesas e fogos sacrificiais têm um significado místico especial desde que o homem começou a erigir altares para seus deuses. As velas de aniversário são assim uma honra e um tributo à criança aniversariante e trazem boa sorte. As saudações natalícias e os votos de felicidade são parte intrínseca deste dia de festa. Originalmente, a ideia enraizava-se na magia. As saudações natalícias têm poder para o bem ou para o mal, porque a pessoa nesse dia está mais perto do mundo espiritual.”

 A Celebração de Aniversários
As celebrações de aniversários são um conceito ocidental sem base no Islam. Este tipo de celebração nunca esteve presente entre os muçulmanos até virem os tempos do colonialismo.
Os aniversários são celebrados para marcar o cumprimento de mais um ano na vida de alguém. Agora ponderemos… Qual é a sabedoria ou felicidade existente quando um ano da nossa vida morreu? Durante esta celebração, velas com o total dos anos passados são acesas num bolo. A pessoa apaga estas velas soprando e os que estão presentes batem as palmas. Mas bate-se as palmas em duas ocasiões: quando se está feliz por algum objectivo atingido ou quando alguém age de forma cômica ou idiota.
Para entendermos a natureza deste ato, consideremos o exemplo de um rei que enviou algumas pessoas para uma sala cheia com os seus tesouros e disse que depois de algum tempo ele as chamaria. E que durante esse tempo, tudo o que essas pessoas tiverem nas mãos, será propriedade delas.
Dentro da sala estão num lado montes de ouro e prata, noutro lado estão pérolas e jóias, e ainda noutro lado está comida deliciosa e camas macias e arranjadas.
Algumas pessoas pensam que o rei as chamará a qualquer minuto. Elas rapidamente juntam o ouro, a prata, as pérolas e as jóias. Eles têm em mente que depois de saírem dali, terão a mesma comida e camas para eles mesmos.
Outro grupo de pessoas pensam que chegaram há pouco tempo. Elas dizem para elas mesmas “Podemos comer e depois deitar-nos a descansar. Depois disso tiramos dos tesouros. Há tempo que chegue”. Então elas comem, dormem e passam assim o seu tempo precioso sem tirar dos tesouros.
De repente, o rei chama toda a gente. Todos os que tiraram do tesouro podem gozar as suas vidas comendo e bebendo enquanto que os que desperdiçaram o seu tempo e não acumularam nada, arrependem-se.
Todos os momentos desta vida mundana são muito valiosos. Aqui temos que ganhar sustento para a longa e eterna Próxima Vida. O Mensageiro de Allah (salAllahu ‘alayhi wa salam) disse que depois de entrar na Jannah (Paraíso), as pessoas da Jannah não lamentarão nada sobre este mundo, exceto aquele momento que foi passado sem a lembrança de Allah.
Este mundo é uma prisão para o crente e uma Jannah para o descrente. Allah comprou a vida e riqueza dos crentes pela Jannah. Esta vida é uma confiança que Allah nos deu. O Profeta (salAllahu ‘alayhi wa salam) disse:
“O filho de Adão (isto é, todo o humano) não será dispensado perante o seu Senhor no Dia da Ressurreição até ele ser questionado sobre cinco coisas: a sua vida e como a passou, a sua juventude e como ele a usou, a sua riqueza e como ele a ganhou e como é que ele a gastou, e como é que ele agiu quanto ao conhecimento que adquiriu.” (al-Tirmidhi, 2422; classificado como hasan por al-Albaani no Sahih al-Tirmidhi, 1969)
Uma pessoa que se preocupa em responder a estas perguntas, como é que pode estar feliz pela diminuição dos últimos anos da sua vida?
Além disso, o Islam não permite desperdício. Esta é a razão pela qual os pobres desta Ummah entrarão 500 anos antes dos ricos, porque os ricos serão atrasados, pois terão primeiro que prestar contas pelo que fizeram com a sua riqueza.
Ao gastar dinheiro em festas de aniversário, não há benefício para o Islam, nem para os pobres. É mencionado num hadith que o Profeta (salAllahu ‘alayhi wa salam) disse:
“A pior das comidas é a comida de uma walimah (celebração de casamento) à qual os ricos são convidados e os pobres são ignorados.” (al-Bukhari)
Outro aspecto das festas de aniversário é o exibicionismo. O Islam encoraja a simplicidade. Com esta atitude de exibicionismo, os pobres sentem-se inferiores e privados e os ricos têm um complexo de superioridade. E também, nestas festas, a música, cantoria, e outros actos proibidos no Islam acontecem.
A celebração de aniversários também é considerada inovação (bid’ah), pois esta nunca fez parte do Islam e nunca foi praticada pelos Sahabah. Foi algo importado de outras culturas. Então o muçulmano deve ficar atento aos avisos que existem no Qur’an e na Sunnah contra as inovações na religião e no modo de vida islâmico:
O Profeta (salAllahu ‘alayhi wa salam) disse:
“Quem faz alguma coisa que não faz parte deste nosso assunto (isto é, o Islam), será rejeitada”. (al-Bukhaari, Fath al-Baari, nº 2697)
“O melhor discurso é o Livro de Allah e a melhor orientação é a orientação de Muhammad. As piores coisas são aquelas que foram inventadas (na religião), e todas as inovações são desvio (do caminho reto).” (Muslim, nº 867)
Para além de ser inovação, não incluir princípios islâmicos, não beneficiar os pobres e necessitados e não ter qualquer benefício para a fé e para a recompensa da Próxima Vida, esta celebração é também considerada imitação dos não-muçulmanos e o Profeta (salAllahu ‘alayhi wa salam) disse sobre isso:
“Vocês seguirão o caminho daqueles que vieram antes de vós, passo a passo, de tal maneira que se eles entrarem num buraco de um lagarto, vocês entrarão nele também.” As pessoas disseram “Ó Mensageiro de Allah, (você quer dizer) os judeus e os cristãos?”. Ele disse “Quem mais?” (al-Bukhari e Muslim)
O Profeta (salAllahu ‘alayhi wa salam) também disse:
“Quem imitar um povo, então é um deles”. (Abu Dawood, al-Libaas, 3512. Al-Albaani disse no Sahih Abi Dawood que e hasan sahih, nº 3401)

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